NOVA MÚSICA PORTUGUESA

Numa altura tão perturbadora para quem vive em Portugal deparo-me com um país vazio: vazio de conceitos e cheio de preconceitos!

A indústria da música portuguesa afunda-se um pouco todos os dias... não se vendem discos, poucos concertos se fazem e para melhorar temos os ícones estrangeiros a ocupar lugar nos cartazes dos festivais de Verão!
"Azar!", "a música portuguesa não presta", "Inglês é mais fixe!"...
Pode ser... mas lembrem-se os "putos" (que vivem neste país) que têm de falar e escrever português em Portugal!
Quando precisarem de emprego e lhes fecharem as portas (como fizeram à música portuguesa) lembrem-se de pedir trabalho aos estrangeiros ou aos "falsos artistas" de fora que fizeram enriquecer estupidamente!

Como disse o músico Paco Bandeira um dia na Antena 1: "...temos de ser portugueses erguidos e não de rastos!"

domingo, 25 de novembro de 2007

BINSON ECHOREC 2


O eco é uma reflexão de som que chega ao ouvinte pouco tempo depois do som directo. Com o "boom" psicadélico dos anos 60, o eco tornou-se possivelmente o efeito mais usado no mundo. As portas da percepção abriam-se com este invento. Embora tenham sido fabricadas várias unidades de eco com funcionamentos diversos, as de fita eram as preferidas pelo seu som quente e sensação de reverb. No entanto foram praticamente descontinuadas pela sua manutenção pouco prática: era relativamente frequente a fita partir (devido ao desgaste) sem aviso prévio e daí terem sido substituídas pelo “frio” delay digital.

Neste artigo, vou partilhar algumas particularidades da unidade de eco mais amada de todos os tempos: Binson Echorec 2.
Fabricada em Milão (Itália) a unidade de eco da Binson atingiu o seu pico nos anos 60. A sua construção era peculiar utilizando um tambor de aço que tinha uma fita de metal. O tambor era movido por um motor potente com correias (tipo gira-discos) que tornava o transporte mais estável. As cabeças de gravação e reprodução estavam montadas na periferia do tambor.
O modelo Echorec 2 foi construído pela Binson entre 1961 e 1979. Trabalhava com seis válvulas 12AX7. No painel direito temos três entradas e três saídas de Jack. No painel esquerdo encontramos um selector de voltagem, uma entrada para um pedal e o cabo de alimentação. O painel frontal tem seis potenciómetros, três botões selectores de canal e um indicador do nível de sinal.

Input Control: Controla o nível de sinal que entra na rota de sinal do eco. É possível saturar a entrada para obter um efeito de overdrive que pode ser regulável com um pedal de volume.
Também há possibilidade de ajustar internamente (no trimmer) e conseguir ajustes mais refinados na sensibilidade do ganho de entrada.

Length of Swell: Controla o número de repetições. A Binson 2 tinha um eco máximo que variava entre 300-310 m/s.

Volume: Controla o volume do eco.

Bass/Treble: É um equalizador que colora o eco. Basicamente escurece ou abrilhanta o efeito.

Selector: O selector tem três modos (Echo, um eco curto tipo anos 50 de uma só repetição; Repeat, modo normal e Swell, um eco com overlaps semelhante a um reverb).

Switch: Selecciona diferentes combinações entre as cabeças reprodutoras.

Level Indicator: É o chamado “olho” porque se situa no centro do aparelho mostrando o nível de sinal de entrada.

Channel Selector: Selecciona três entradas para cada instrumento. Pode-se ter dois canais activos simultaneamente com diferentes saídas (uma com efeito e outro sem, as duas com eco ou as duas limpas).

Fica aqui o link para quem se quiser aventurar: http://www.binson.com/

sábado, 24 de novembro de 2007

BIG MUFF


O Big Muff foi lançado pela Electro Harmonix em 1971 e rapidamente se tornou num dos pedais mais amados e vendidos da história. Desde modelos com cores e formatos diferenciados a clones feitos artesanalmente.

A maior parte dos pedais de alto ganho eram alcunhados de “fuzz”. Termo esse que abrange tudo o que soa barulhento ou pouco definido. No entanto, há alguma confusão quando se tenta descrever um Big Muff.
Há essencialmente três categorias: overdrive (som limpo ligeiramente saturado), distorção e fuzz.

Talvez possamos situar o Big Muff algures entre um fuzz e uma distorção. Embora possa parecer confuso, o som aproxima-se mais ao fuzz, tendo uma construção e “personalidade” da distorção.

Se procuras usar um Big Muff como substituição de um pedal de fuzz (como o Fuzz Face) tens que ter em conta o quão autêntico queres que o teu som seja. Eu recomendo o uso dos dois na tua board, uma vez que soam diferente. Mas para ser autêntico, nunca terás aquele som gritante meio sintetizado dum fuzz, se usares um Big Muff.

Às vezes as pessoas perguntam porque é que o Muff soa como uma colmeia de abelhas, muito embrulhado e irritante. Um Muff é um pedal vivo, dinâmico que varia de amplificador para amplificador, de guitarra para guitarra e também da sensibilidade do executante. Não é à toa que alguns guitarristas usam um fuzz quase só para colorir passagens, nem todos conseguem tirar um bom som do pedal. Que ninguém pense que o fuzz soará bem com uma guitarra ESP ligada a um Crate….

O Muff tem que ser brutalmente puxado para conseguir aquela tonalidade suave com alto nível de sustentação. Assim como outros pedais lendários, este foi construído para ser usado com amplificadores a válvulas, ligado num canal limpo. Quanto mais alto se tocar mais as válvulas saturadas reagirão com o Muff e vice-versa (e quando digo alto, é mesmo muito alto).

Este tipo de pedal talvez não seja o ideal para se tocar em casa, uma vez que temos que ter em consideração a família e os vizinhos. Em tal situação eu iria optar por um clone modificado ou um RAT (uma das distorções mais versáteis alguma vez produzidas, soa tão bem num pequeno amplificador com transístores como num grande amplificador a válvulas).