
O Big Muff foi lançado pela Electro Harmonix em 1971 e rapidamente se tornou num dos pedais mais amados e vendidos da história. Desde modelos com cores e formatos diferenciados a clones feitos artesanalmente.
A maior parte dos pedais de alto ganho eram alcunhados de “fuzz”. Termo esse que abrange tudo o que soa barulhento ou pouco definido. No entanto, há alguma confusão quando se tenta descrever um Big Muff.
Há essencialmente três categorias: overdrive (som limpo ligeiramente saturado), distorção e fuzz.
Talvez possamos situar o Big Muff algures entre um fuzz e uma distorção. Embora possa parecer confuso, o som aproxima-se mais ao fuzz, tendo uma construção e “personalidade” da distorção.
Se procuras usar um Big Muff como substituição de um pedal de fuzz (como o Fuzz Face) tens que ter em conta o quão autêntico queres que o teu som seja. Eu recomendo o uso dos dois na tua board, uma vez que soam diferente. Mas para ser autêntico, nunca terás aquele som gritante meio sintetizado dum fuzz, se usares um Big Muff.
Às vezes as pessoas perguntam porque é que o Muff soa como uma colmeia de abelhas, muito embrulhado e irritante. Um Muff é um pedal vivo, dinâmico que varia de amplificador para amplificador, de guitarra para guitarra e também da sensibilidade do executante. Não é à toa que alguns guitarristas usam um fuzz quase só para colorir passagens, nem todos conseguem tirar um bom som do pedal. Que ninguém pense que o fuzz soará bem com uma guitarra ESP ligada a um Crate….
O Muff tem que ser brutalmente puxado para conseguir aquela tonalidade suave com alto nível de sustentação. Assim como outros pedais lendários, este foi construído para ser usado com amplificadores a válvulas, ligado num canal limpo. Quanto mais alto se tocar mais as válvulas saturadas reagirão com o Muff e vice-versa (e quando digo alto, é mesmo muito alto).
Este tipo de pedal talvez não seja o ideal para se tocar em casa, uma vez que temos que ter em consideração a família e os vizinhos. Em tal situação eu iria optar por um clone modificado ou um RAT (uma das distorções mais versáteis alguma vez produzidas, soa tão bem num pequeno amplificador com transístores como num grande amplificador a válvulas).