“Durante milhares de anos, o principal meio de armazenamento de informação usado pela Humanidade foi o papel. Embora não seja imune aos estragos do tempo, a prova de que o papel é um meio altamente eficiente e duradouro são os livros e pergaminhos continuam a ser legíveis e bem preservados em museus”.
O século XX trouxe um dilúvio de novos meios de registro: fitas, discos magnéticos, discos de vinil, CD, etc. Ao contrário do papel, cada novo meio trouxe a necessidade de um dispositivo electrónico para converter a informação nele armazenada para um formato que possa ser captado directamente pelos nossos sentidos: gira-discos, leitores de discos magnéticos e ópticos, etc. Dados recolhidos pela sonda interplanetária Pioneer foram armazenados em quatro formatos digitais diferentes. Nenhum deles pode ser lido actualmente, por não existirem mais equipamentos capazes de fazer isso (ficaram totalmente obsoletos). Os discos de 78 rotações, a fita de vídeo de duas polegadas, rolos fonográficos, fita de papel perfurada, cartões perfurados de 80 colunas e de 100 colunas, disquetes de 8”, fita digital de 7 trilhas, fita de áudio de bobine, cartuchos de 8 trilhas, filmes de 8 mm, slides de vidro, etc. são peças de museu… Não é difícil imaginar que dentro de uns anos todos os milhões de CD-ROM existentes actualmente e outros meios em existência, também ficarão obsoletos e não poderão ser lidos. Há que pensar nos milhares de discos de 78 e 45 rotações com obras musicais que nunca foram e nunca serão transferidas para meios mais modernos. Ainda conseguiremos ler um papiro, com inscrições de três mil anos atrás, mas não conseguiremos ouvir uma canção gravada em 1930!
Não é um problema fácil de resolver e nem creio que haja interesse em resolvê-lo… é próprio da revolução digital.