NOVA MÚSICA PORTUGUESA

Numa altura tão perturbadora para quem vive em Portugal deparo-me com um país vazio: vazio de conceitos e cheio de preconceitos!

A indústria da música portuguesa afunda-se um pouco todos os dias... não se vendem discos, poucos concertos se fazem e para melhorar temos os ícones estrangeiros a ocupar lugar nos cartazes dos festivais de Verão!
"Azar!", "a música portuguesa não presta", "Inglês é mais fixe!"...
Pode ser... mas lembrem-se os "putos" (que vivem neste país) que têm de falar e escrever português em Portugal!
Quando precisarem de emprego e lhes fecharem as portas (como fizeram à música portuguesa) lembrem-se de pedir trabalho aos estrangeiros ou aos "falsos artistas" de fora que fizeram enriquecer estupidamente!

Como disse o músico Paco Bandeira um dia na Antena 1: "...temos de ser portugueses erguidos e não de rastos!"

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A verdade e a mentira sobre as madeiras

Globalização, hem? E se vos disser que temos boas madeiras em Portugal? E se vos disser que mais vale fazer um corpo a um carpinteiro?
Em primeiro lugar, uma marca que fabrica guitarra não constrói guitarras… Se as máquinas fossem tão boas a cozinhar como um bom cozinheiro, estariam todos os cozinheiros no desemprego! Quero dizer: o amor e a paciência fazem muita diferença!E é isso que nos distingue das máquinas!

Durante anos via-me às aranhas com os catálogos das guitarras porque não havia maneira de saber o que significava Ash ou Maple… seria boa madeira? Seria má madeira? E começavam os rumores!...
Em primeiro lugar deve-se ter noção do som que se quer: na minha cidade havia uma corrida ao mogno e hoje sei que porque nunca atinei muito com a guitarra nessa madeira. Cada madeira proporciona uma cor sonora diferente! E eu gosto do som puro e aberto (para que se veja e ouça tudo).

No final de cada madeira (aqui falada) existe um número de um a cinco (do mais fechado para o mais aberto) para que se perceba um pouco o resultado sonoro na guitarra!
Fita métrica do tom: Fechado (1-2) Médio (3) Aberto (4-5)

Amieiro (Alder): é muito usado em corpos de guitarra porque é uma madeira leve. A grainha é fechada, o que a torna melhor para os acabamentos. É uma madeira clara e fica bem com o efeito queimadura (sunburst) ou uma cor mais simples. Talvez por estas características e pelo baixo preço, a madeira de Amieiro é muito popular e há em Portugal. O som é conhecido como sendo balanceado, com semelhante peso entre graves, médios e agudos. Amieiro foi e é a Madeira da marca Fender. (3)

Freixo (Ash): vamos falar do Freixo nórdico e de pântano.
O nórdico é muito duro, pesado e denso. A densidade contribui para um som mais aberto, com sustentação longa (o que a torna popular). A sua cor é creme e é porosa, o que a torna morosa nos acabamentos.
O Freixo de pântano é uma madeira relativamente leve o que a torna facilmente distinguível da do norte. Muitas das Fender da década de 1950 foram feitas de Freixo dos pântanos. A cor e grainha são semelhantes à do norte. A Madeira é muito interessante para acabamentos com “cor a madeira”. Esta madeira é a segunda mais popular porque proporciona um bom balanço entre brilho e som quente. (3,5)

Tília (Basswood): é bastante leve, normalmente usada em Stratocasters leves. A cor é branca, com uns toques minerais esverdeados. É uma madeira de grainha fechada, mas é absorvente. Não é boa para acabamentos em tom de Madeira. É muito suave, não suporta abusos. A Tília tem um som agradável som quente com bons médios. Foi o som favorito dos virtuosos, uma vez que o som é definido e passava bem pela mistura. (2)

Mogno (mahogany): é uma madeira situada no médio-pesado. Mogno é de boa porosidade com boas propriedades musicais. O som é cheio com boa sustentação. É a madeira preferida pela Gibson. Os poros são fáceis de preencher. Fica bem com acabamento cor de madeira ou vermelho transparente. (1,5)

Bordo (Maple): é muito duro, pesado e denso. É a madeira usada na escala e braço das guitarras. Os poros são fáceis de preencher. O som é aberto com muita sustentação e bastante resposta. Fica bem com cor de madeira ou acabamentos transparentes. (4-5)

Pau-rosa (Rosewood): é uma madeira exótica com boa porosidade com variedade de cores e padrões. Os acabamentos são difíceis de fazer devido à oleosidade da madeira. O som é quente e é usado também na escala das guitarras. (1,5)

Dicas na compra de madeira:

  1. Aspecto: Mesmo dentro da mesma espécie não há pedaços de Madeira iguais. O padrão da grainha, a cor, sombra, peso e densidade são como uma impressão digital. Escolham o pedaço com melhor aspecto. Se o som de uma madeira em particular não for de encontro a aquilo que esperavam ouvir, mais vale optar pela laminada. Uma “capa” fina laminada dá a aparência desejada, podendo ter qualquer Madeira por baixo.
  2. Som e peso: As propriedades sonoras da madeira variam muitíssimo entre espécies, peso e densidade. De um modo geral. As madeiras pesadas sustêm o som melhor e têm um som articulado (bons atributos para uma guitarra baixo). Madeiras excessivamente leves podem soar indistintas ou apagadas (especialmente com captadores de bobine dupla). As médias são a linha do meio nas preferências. Consegue-se obter bom som, mas com falta de corpo no som.

Boa madeira = bom som